Quem é iniciante (ou mesmo os iniciados) no mundo do vinho, sempre ouve falar sobre as harmonizações de comida e vinho.

No começo pode parecer um pouco confusa essa história de combinar certinho o que beber com o que se vai comer, mas quando sentimos os sabores entrando em verdadeira harmonia na boca, começamos a entender a importância e como não é tão difícil assim combinar os alimentos e vinho.

Com o curso de sommelier aprendi muito sobre harmonização, além de me permitir experimentar coisas que normalmente não teria nem pensando em aceitar. Sim, sou um pouco fresca para comer, mas em nome da enofilia, eu até provei pimenta com vinho! 😱😱😱

Por semelhança

A harmonização por semelhança nada mais é que escolher o vinho de acordo com as características da comida, como por exemplo um queijo mais forte com um vinho tinto se intensidade semelhante, o peixe de corpo leve, com um vinho branco de igual leveza e carnes grelhadas em geral com vinhos intensos, como Malbec argentino e Tannat uruguaio, por exemplo.

Como eu contei aqui, a minha primeira experiência com harmonização foi no jantar harmonizado com o Wine Taste 360 em Mendoza. A gente até fez uns experimentos, o mesmo prato com dois vinhos diferentes, para perceber a diferença entre eles. Mas o foco foi mesmo a harmonização por semelhança.

Por contraste

Para ser bem sincera, eu nunca tinha ouvido falar de harmonização por contraste até iniciar o curso. Quando a professora mencionou eu fiquei com um ponto de interrogação enorme na minha cabeça. Mas quando vamos vendo e provando, vamos entendendo melhor. Um exemplo que é bem fácil de se imaginar, para você que está apenas lendo esse blog, é o vinho do tipo colheita tardia, que é bem adocicado, quase licoroso, com queijo gorgonzola, que é bem salgado e tem um pouco de amargor. É incrível como dois sabores tão diferentes sozinhos, fiquem tão bem juntos em boca.

O que eu aprendi...

E quero dizer com tudo isso: só se tem certeza de uma harmonização provando!  Como disse no começo deste post, até pimenta eu comi e eu não gosto de comida muito apimentada. Com vinho tinto seco, a tendência é que aumente a sensação de ardor na boca, mas nesse caso, houve foi uma explosão de sabores! O vinho ajudou a realçar o sabor da carne sem deixar somente a queimação. Mas tem que ser um vinho leve com taninos maduros e não muito presentes para que essa combinação seja certeira. Bastante ousada e reforça, tem que provar para ter certeza!

Se você quer fazer um jantar para seus amigos, mas tem dúvidas sobre a harmonização, tente fazer uma pequena porção e provar com o vinho escolhido para a ocasião. É interessante sempre ter mais de uma opção para a ocasião, assim você vê qual melhor se encaixa com o prato.

Outra surpresa muito boa que tive no curso foi a harmonização de Espumante Moscatel com pudim de leite condensado e pastel de nata. Gente, nunca imaginei que pudesse ficar tão gostoso!

Já tenho planos para repetir essa harmonização desse espumante com doce!

Dica Extra

Espumantes Brut geralmente combinam com tudo! Como eles possuem uma boa acidez e não possuem um sabor muito marcante (como muitos brancos e tintos), eles ajudam a limpar o paladar para a próxima garfada. Também tive a oportunidade de comprovar! Somente atenção para os doces: estes deverão ter bastante dulçor, para que o espumante não fique amargo na boca!

Espero que minha experiência ajude você um pouco mais nesse mundo maravilhoso que é o do vinho.

Um abraço e salud!