Nossa viagem ao Uruguai foi para, além de conhecermos um novo país, buscarmos famosas variedades de vinhos da América do Sul.
No Uruguai, a varietal símbolo é a Tannat. Como já conhecíamos a uva, ao iniciarmos nossas aventuras enoturísticas, já tínhamos em mente que esse país também é um bom lugar para visitar e conhecer bons vinhos.
A primeira bodega que visitamos foi a Spinoglio que tem uma história interessante: iniciou com descendentes de italianos que decidiram retomar suas atividades viníferas em terras uruguaias. Compraram uma antiga vinícola, com todo o seu maquinário, onde hoje é atualmente a Bodega Spinoglio.
Corre-corre
Nossa aventura pela Spinoglio começa antes mesmo de chegarmos até lá. Em todo o Departamento de Montevidéu (é como se fossem os estados aqui no Brasil), é liberado o uso de motoristas por aplicativo e decidimos que esse seria nosso meio de transporte para todas as bodegas. Como a degustação estava agendada para as 13:00, decidimos explorar as redondezas durante a manhã, encontrar algum lugar para um pequeno lanche até ficar próximo do horário de partida.
Andamos pela orla, o marido resolveu dar um passeio de patinete elétrico para conhecer. Depois de devolver o patinete, chegamos até o museu naval. Já era por volta de 11:00 da manhã. Entramos no museu para visitar. Logo saímos e procuramos um café próximo, para nos aquecer e um lanche rápido. Assim que nos sentamos, meu marido pediu para eu ver se já tinha motorista próximo, através do aplicativo. Me assustei quando vi a previsão de chegada no destino: 12:55 😱😱😱😱
Como já tínhamos pedido o sanduíche, decidimos esperar. A nossa sorte foi que chegou muito rápido. Comemos rapidinho e, enquanto efetuávamos o pagamento, já chamamos o motorista que em menos de um minuto chegou. Ufa!
O caminho aventura
Bom, o motorista, muito simpático nos perguntou qual o destino e respondemos que era a Bodega Spinoglio. Ele disse que essa ainda não conhecia. Tudo bem, ele pegou o caminho, mas haviam diversos desvios e um deles nos jogou para dentro de um bairro, coisas de GPS meio doido. Nisso, eu passando frio no banco de trás, por causa da janela que sei lá porque, eu não pedi pra fechar 🤦🏽♀️.
Motorista conversadeiro, falou que morou durante um bom tempo por aquele lado, estudou em uma escola pela qual passamos na frente, até que o GPS disse que tínhamos chegado ao nosso destino, mas não tinha nada lá! 😱
Eu, mais do que depressa, peguei o celular e olhei no Google Maps onde era e, depois de uma boooa volta, conseguimos chegar ao local… UFA²!
O Tour
Assim que chegamos na Bodega, a enóloga Cecília nos recebeu muito calorosamente. Rapidamente ela se preparou e fomos até o vinhedo para iniciarmos o tour. Lá ela contou a história da família e da vinícola. Em seguida fomos a uma parte onde se encontra um maquinário mais antigo, que não se usa mais na produção. Depois, chegamos a um salão onde são realizados cursos, degustações guiadas e, por fim, descemos à cave onde ficam os tonéis de carvalho. Lá, ela nos contou a história do Tonel Diez, onde o proprietário e enólogo na época fazia o melhor corte de vinho, das melhores uvas e deixava nesse tonel para descansar. A cada nova safra ele sempre deixava um residual do seu melhor vinho, envelhecendo. E o melhor vinho ia, de certa forma, se renovando e envelhecendo. Essa tradição é seguida até hoje e o vinho Tonel Diez é um dos mais pontuados da vinícola. O enorme e antigo tonel atualmente serve somente para contar sua história.
Ao retornamos ao restaurante, nos foi servida uma pequena porção de frios. Haviam azeitonas, presunto, salame, passas, amêndoas e pelo menos 3 tipos de queijos. 😍😍
Os vinhos
O primeiro vinho a ser servido, foi Diego Spinoglio Charnonnay 2018. Vinho branco, com aromas de frutas cítricas já quase maduras, acidez equilibrada e boa persistência. Um vinho muito bom.
A seguir ela nos serviu dois vinhos, para que pudéssemos compara-los. Foi um corte de Merlot com Tannat, chamado Tierra Alta, 2016 e um varietal Tannat Diego Spinoglio 2016. O corte com o Merlot, tira um pouco da potência do Tannat, deixando um pouco mais leve o vinho. Já o varietal é bem característico da Tannat. Um excelente exemplar desta uva!
Por último, mas não menos importante, nos foi servido o Tonel Diez, o vinho com a história e tradição que nos foi contada. Vinho perfeito! Com taninos potentes, porém muito macios. A garrafa que trouxemos contém safras de 2007 a 2017. 😮
Na hora de voltar, chamamos novamente um motorista através do aplicativo e, como ia demorar um pouco para chegar, aproveitamos para nos deliciarmos com mais uma taça de Tonel Diez. Valeu muito, muito a pena a visita.
Abaixo vou deixar todos os dados da visita que fizemos, como valores e localização (correta) da vinícola.
Reservas: Bodega Spinoglio
Os valores das degustações se iniciam em US$ 30.00
Ficou um pouco longo, porque quis compartilhar a nossa aventura, que nunca falta em nossos passeios! 😂😂
Espero que tenham gostado e esse post lhe desperte a vontade de conhecer locais como esse!
Um abraço e salud! 🍷
One Comment
Os Vinhos Uruguaios - Bodega Bouza - Vino Digital
[…] Continuando nossas aventuras por Montevideo, no segundo dia dos vinhos nós fomos visitar a Bouza. Eu já contei como foi o passeio pela Bodega Spinoglio (com direito a aventuras e tudo) neste post. […]