Não é novidade que nós curtimos muito essa ideia de juntar pedalada com vinhos. Já tínhamos vivido essa experiência duas vezes: uma no Chile (contei aqui) e outra na primeira visita a Mendoza (contei aqui e aqui).

Desta vez, escolhemos a Baccus Biking para este passeio. Um motorista nos pegou em nosso hotel e nos levou até o escritório da empresa, em Luján de Cuyo, onde o guia já nos esperava com as bicicletas preparadas. O passeio incluiu o guia, as entradas para as vinícolas, capacete e uma garrafinha de água. 🚴🏽‍♂️🚴🏽‍♀️

Fizemos o pagamento do passeio via cartão de crédito, testamos as bicicletas e capacetes para fazer os devidos ajustes, em seguida já começamos a pedalar pelas belas ruas. Luján de Cuyo é uma cidade bem próxima à capital Mendoza, fazendo parte da província de mesmo nome de sua capital. Essa província é bem grande e envolve, além de Luján de Cuyo, cidades como Maipú, Godoy Cruz e todo o Valle de Uco, chegando à divisa com o Chile.  

A cidade é linda. Assim como a capital, também tem muitas árvores plantadas em suas avenidas, tornando a pedalada arborizada em praticamente sua totalidade. O dia estava um pouco cinzento, mas logo o sol deu as caras, deixando nosso passeio ainda mais bonito e confortável (fazia um friozinho de cerca de 15° aquele dia)🐧.

Gostaria de destacar a segurança que senti com esse guia. Mesmo em ruas um pouco mais movimentadas e sem a ciclofaixa, o guia permaneceu próximo e o tempo todo observava o tráfego, para garantir nossa segurança. Os carros também, em sua maioria, nos respeitaram.

Nossa primeira parada foi na pequena bodega Carmelo Patti. Ela fica num casarão, sem nenhuma placa na frente, apenas o portão aberto. Entramos e colocamos as bicicletas dentro do barracão, onde são armazenadas caixas com garrafas de vinhos. É uma vinícola pequena com produção artesanal. O próprio Sr. Carmelo é quem produz os vinhos. Ele não possui vinhedo, mas compra as uvas de um terceiro para seus vinhos. O mais interessante dessa visita é a idade dos vinhos. O mais jovem da nossa degustação era da colheita de 2013. Ele nos explicou que ele só disponibiliza para o mercado vinhos com pelo menos 10 anos. O motivo é que, segundo ele seus vinhos só estarão prontos para beber após esse tempo, então, ele faz isso por nós: guarda a garrafa até que esteja ideal para o consumo, afinal de contas quem é que consegue guardar um vinho por 10 anos?

Ele nos mostrou as caixas onde os vinhos ficam armazenados já em garrafas, de cabeça para baixo. Nos deu diversas dicas de conservação que vale a pena ter um post somente com essas informações 😉.

Durante a visita, ele nos perguntou com o que trabalhávamos e quando eu disse que tenho um blog para levar dicas e conhecimentos sobre vinhos para as pessoas, ele ficou muito feliz e concordou comigo que vinho pode sim ser para todos. É questão de hábito. E esse hábito fica muito fácil com vinhos tão bons quanto os que ele produz😍🍷.

Seguimos para a degustação e nos foram oferecidos os 3 vinhos que ele produz: Malbec (da safra de 2014), Cabernet Sauvignon (de 2009) e o Grand Assemblage (de 2009 também).

O Malbec, por ser uma uva um pouco mais forte, sua robustez ficou um tanto pronunciada. Eu gostei, mas o Aguiar já nem tanto (dias depois ele me fez uma revelação bombástica que vou compartilhar com vocês depois 🤔). O Cabernet Sauvignon estava simplesmente perfeito! Na temperatura ideal para o consumo, como pode ser comprovado pelo termômetro na garrafa. Esse nós dois gostamos muito🥰. E o assemblage, feito com as uvas Cabernet Sauvignon, Malbec, Merlot e Cabernet Franc também era muito bom, bastante complexo em aromas e sabores. Mas o que roubou nossos corações foi mesmo o Cabernet Sauvignon, que trouxemos um exemplar pra casa. Outra coisa muito interessante da produção do Sr. Carmelo é que ele garante aos seus consumidores a mesma qualidade em todas as suas garrafas de determinada safra, pois ele tem quantidade produzida limitada e isso é impresso em seus rótulos. Então, se eu voltar lá ano que vem, por exemplo, e comprar uma garrafa de Cabernet Sauvignon de 2009 será, com certeza o mesmo vinho desta garrafa que eu comprei nessa visita. É o respeito ao consumidor e amor pelo que faz que movem essa pequena bodega.

No final da visita, ele ainda assinou a nossa garrafa, com todo o carinho do mundo. Só sei que eu queria guarda-lo em um potinho e trazer comigo pra casa🤭🥰.

Bem, essa foi a primeira parte do nosso passeio. Decidi separar em dois posts pela quantidade de informações que temos tanto do passeio, quanto das vinícolas visitadas.

Espero que tenham curtido até aqui.

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Um abraço e salud!